As lições de Rafael Nadal para a esfera do trabalho | Elisa Tozzi – Você S/A

São Paulo – O tenista espanhol Rafael Nadal, atual número 1 do mundo e uma das estrelas do torneio de Wimbledon, que começa em junho, ensina lições de carreira. Essa é a tese de Santiago Alvarez de Mon, professor de gestão da escola de negócios Iese, na Espanha, e autor de uma dissertação que relaciona os desafios do esportista aos negócios. Santiago entrevistou Nadal para descobrir os segredos que fazem os atletas de elite estar próximos ao topo e que podem ser aplicados a qualquer trabalho. Lidar com a pressão Um esportista pode ter talento e treino intenso. Mas numa competição ele vai lidar com a pressão: do adversário, dos torcedores, do treinador, da imprensa e dele mesmo. “Como um atleta, o executivo precisa fazer um trabalho de fortalecimento mental para determinadas situações, como a negociação de um contrato”, diz Santiago. Para isso, os atletas costumam se concentrar no momento. Nadal treina a ponto de fazer movimentos instintivamente, para nem precisar pensar no que fazer durante a partida. Ampliar os objetivos Quando alcançam um objetivo, os atletas logo pensam em uma nova meta. Eles sentem vontade de enfrentar desafios talvez por saber que terão de parar de atuar ainda jovens. Quando não confundem essa ânsia com ganância, atletas de elite criam uma arma poderosa: a vontade de se superar. “É preciso apreciar o sucesso e não ficar estagnado. Ter um desejo saudável de superação faz muita diferença para o crescimento dos profissionais e das empresas”, diz Santiago. Treinar com disciplina Os esportistas que se destacam têm, sem dúvida, talento natural. Mas os que se mantêm no topo alcançam o...

Vamos olhar para o novo de maneira curiosa, não resistente? | Célia Leão, da VOCÊ S/A

São Paulo – Meu trabalho é basicamente convidar homens e mulheres a trocar de hábitos, renovar conceitos e atitudes. Não é uma tarefa fácil. A maioria de nós repete comportamentos quase que automaticamente, sem pensar. A cada dia que passa, preciso afiar mais e mais meus argumentos e ser muito boa em persuasão. Noto uma exacerbada preocupação dos ocidentais com a preservação da juventude. Rios de dinheiro são gastos com procedimentos cirúrgicos com a finalidade de melhorar a estética, de apagar rugas e demais marcas do tempo. Deveríamos nos preocupar na mesma medida com a velhice de alma, porque essa nos faz resistentes a tudo o que é novo, faz com que nossos olhos percam o brilho que só a curiosidade lhes aufere. No universo corporativo, a resistência é igualmente grande, e a síndrome de Gabriela impera — eu nasci assim, eu cresci assim, aprendi assim, me aposento assim… Pouca idade ou pouca experiência não necessariamente significam ausência de conhecimento e de capacidade de boas sugestões. O olhar daquele jovem que acabou de chegar à empresa ainda não é viciado nem foi contaminado pelos processos que existem e que acabam por fazer com que os mais experientes acreditem que tudo o que é novo é difícil. Aquele que não quer envelhecer profissional e pessoalmente é um fiscal atento de suas atitudes o tempo todo e quem não quer perder a validade ouve as sugestões e olha para o que é novo de maneira curiosa, e não resistente. Cada vez mais vejo as empresas incentivando seus empregados a participar do processo de gestão, com sugestões de melhorias e de mudanças: do...

Cartão pré-pago vale a pena? | Karina Fusco, da VOCÊ S/A

  São Paulo – Uma pesquisa divulgada em maio pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) constatou que 53% dos brasileiros compraram por impulso nos três meses anteriores. Boa parte dessas compras foi feita por meio de cartões de débito e crédito — desde o ano passado, os meios eletrônicos de pagamento representaram 37% do total dos gastos dos brasileiros, superando pela primeira vez o dinheiro vivo, usado no pagamento de 36% das despesas. O problema é que, sem atenção, esses cartões podem levar a um quadro perigoso de descontrole das finanças e endividamento, já que os juros anuais do cheque especial atingiram 158% em maio e os do cartão de crédito superaram 232%. Se você está entre os que sempre acabam gastando mais do que o planejado e acaba não conseguindo pagar o valor total da fatura do cartão ou ultrapassando o limite do banco, pode ser um candidato à última novidade em meios de pagamento: o cartão pré-pago. Entre alguns que já podem ser encontrados estão Acesso, EcommerceCard, Meo, Cotação, ContaSuper e Prepax, sem contar aqueles que os bancos oferecem com o nome da instituição. O funcionamento desse cartão é bem parecido com o do celular pré-pago, com o qual os brasileiros estão muito familiarizados. Após pagar um preço médio de 15 reais para adquirir o cartão, basta carregá-lo com o montante que você pode gastar até que o saldo se esgote. O cartão Acesso, por exemplo, que tem 500 000 unidades emitidas desde novembro de 2012, pode ser adquirido por 14,90 reais em grandes lojas e supermercados, onde é possível carregá-lo, pagando tarifa de 2,50 reais...

Como investir se não consigo poupar? | por André Rocha

O descaso da maioria das pessoas com seus gastos pessoais assusta. Recentemente tive a seguinte conversa com um amigo: “Estou assustado com o custo de vida. Tenho gasto R$ X mil por mês”, disse. “Você está gastando muito, André. Gasto bem menos!”. Sabendo do seu elevado padrão de vida, não acreditei na resposta e de pronto retruquei: “Desculpe, mas quanto você e a Monica (sua esposa *) ganham?”. “Cerca de R$ Y mil”. “E você poupa quanto mensalmente?”. “Não consigo poupar”. “Bem, então você gasta mais do que eu”. Esse singelo raciocínio deixou meu amigo atônito. Por que isso acontece? Os textos de educação financeira se concentram nas regras para investimento, esquecendo-se de etapas anteriores como a elaboração do orçamento doméstico e o hábito de poupar. Embora muitas pessoas reclamem dos governos perdulários que gastam mais do que arrecadam, seu universo familiar reproduz em versão reduzida o costume desses políticos. A primeira tarefa para quem pensa em poupar é elaborar o orçamento doméstico, discriminando cada tipo de gasto. Por exemplo, gastos com a casa – eletricidade, gás, luz, telefone, TV a cabo, condomínio, aluguel, empregada doméstica, IPTU -, com alimentação – supermercado e restaurantes, com a família – escola, plano de saúde, cursos, clube -, com o carro – prestação, gasolina, estacionamento, manutenção. A lista depende de cada família e pode apresentar diferentes níveis de detalhamento. Essa tarefa, embora trabalhosa (por experiência própria digo que fica em torno de uma a duas horas mensais), é fundamental para percebermos quais gastos são realmente relevantes, possibilitando ainda o corte daqueles supérfluos. Embora não tenha a pretensão de explicar cientificamente a cegueira...

O que fazer primeiro? O importante ou o urgente? Os conceitos de urgência e importância precisam ser muito respeitados. Talvez eles estejam entre as poucas vantagens competitivas permanentes. | Por: Eugênio Mussak, da Você S/A

São Paulo – A máxima “Não basta fazer certo a coisa, tem de fazer a coisa certa” nunca foi tão verdadeira como na atualidade. E não porque os conceitos de eficiência (fazer certo a coisa) e eficácia (fazer a coisa certa) tenham sido, de repente, recuperados e considerados essenciais. E sim porque nunca antes tivemos tantas atividades para fazer. Nas empresas, há pelo menos três motivos para que essa realidade tenha se instalado. Primeiro, porque as equipes estão ficando gradativamente menores. Não é incomum que se diga que, antes, a equipe tinha quatro componentes, e agora são só três para fazer o trabalho de cinco. A necessidade de reduzir custos e a indisponibilidade de pessoas qualificadas estão por trás dessa dura realidade. O segundo motivo é o surgimento natural da cultura de multifuncionalidade, que tomou conta do mundo corporativo na virada do século. Hoje não basta que você seja muito bom em sua área — precisa ser múlti. Todos na empresa são vendedores, diz o marketing. É preciso que cada um cuide dos custos, afirma o financeiro. Esperamos sugestões e contribuições para melhorar a qualidade, informa a produção. Cada chefe é um gestor de pessoas, prega o RH. E todos têm razão. E, para coroar, o terceiro motivo é de ordem geral, ou global. O mundo em que vivemos tem como principais características a velocidade das mudanças, a imprevisibilidade e a incerteza. A questão tem influência tão capital nas empresas que a professora Rita ­McGrath, da Columbia Business School, de Nova York, acaba de lançar um livro chamado simplesmente O Fim da Vantagem Competitiva, pela editora Elsevier. O que a...

Sucessão em vida é antídoto contra novos impostos Por Luciana Seabra | De São Paulo

  Gestores de patrimônio e advogados têm receitado a antecipação da transferência da herança como remédio contra a incerteza tributária. É uma forma de se defender contra a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas, que tem preocupado donos de grandes patrimônios desde que o tema ressurgiu no debate eleitoral. A doação em vida também é um caminho para se antecipar a um aumento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), visto como ainda mais provável, sejam quais forem os vencedores das eleições, pelo baixo patamar relativo das alíquotas brasileiras. No caso da criação de um imposto sobre grandes fortunas, que dependeria da aprovação de uma lei complementar, a lógica é simples. Um pai que tem vários filhos e faz a doação dos recursos ainda em vida tem a fortuna fatiada, o que pode levar a patrimônios inferiores ao mínimo a partir do qual se exige pagamento do imposto ou pelo menos à incidência de uma alíquota menor, caso o projeto aprovado envolva faixas como em muitos dos países em que a tributação existe. © 2000 – 2014. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A. . Verifique nossos Termos de Uso em http://www.valor.com.br/termos-de-uso. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido por broadcast sem autorização do Valor Econômico.  ...

Parar, respirar, meditar. Até no trabalho. Em busca de melhor desempenho profissional e de mais qualidade de vida (dentro e fora da empresa), muita gente está se rendendo à meditação. Entenda por que a prática funciona. Por: Marcia Di Domenico, Você S/A.

  São Paulo – São 11 e meia da manhã e o escritório da Mead Johnson, multinacional de nutrição infantil, em São Paulo, está na penumbra, em silêncio quase total. Dos cerca de 60 funcionários, alguns trabalham normalmente enquanto outros estão imóveis diante do computador, de olhos fechados. É o momento da meditação na empresa. Há quase dois anos a prática se repete: duas vezes por dia, de manhã e à tarde, parte da equipe interrompe o que está fazendo para meditar durante 25 minutos. Quem introduziu a ideia foi o próprio presidente, o argentino Nestor Sequeiros, de 46 anos, meditador experiente que apostou na atividade para melhorar o ambiente de trabalho. “No primeiro mês, 12 pessoas aderiram à iniciativa. Hoje, o grupo soma mais de 30, o que representa 50% do staff”, diz Nestor. “É o momento de parar para respirar e recarregar as baterias.” De acordo com o executivo, o resultado é a melhora no relacionamento entre os departamentos, um maior esforço dos profissionais para solucionar problemas e até a diminuição das ausências por questões de saúde. Cérebro turbinado Parece mágica, mas não é. Os efeitos da meditação no bem-estar e na saúde são estudados desde os anos 70, e de lá para cá vários trabalhos revelaram que praticá-la regularmente, sem a necessidade de vínculo com qualquer religião, ajuda a aliviar o estresse e a ansiedade. Mais recentemente, meditar virou febre no mundo corporativo graças aos benefícios comprovados para a redução da tensão e também para a manutenção do foco e a regulação dos impulsos emocionais — na prática, é como abrir uma brecha entre a emoção...

Vale a pena migrar a dívida de um banco para outro? A portabilidade do crédito imobiliário finalmente entrou em vigor, mas será que vale a pena transferir seu financiamento? Samy Dana – Você S/A

São Paulo – No mês de maio, entraram em vigor as regras para a portabilidade do crédito imobiliário. É uma opção para o consumidor migrar sua dívida para um banco que ofereça taxas mais baixas. A operaçãovale para todas as linhas de crédito, inclusive para as que utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Essa modalidade provavelmente não trará grande concorrência entre as instituições que oferecem crédito, já que seus principais operadores são a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, os quais já contam com taxas reduzidas. Para financiamentos que usam recursos da caderneta de poupança, a concorrência deverá vir em breve, atingindo diversos bancos comerciais graças às diferentes taxas praticadas. Para o consumidor, a liberdade de escolher um banco com taxas e condições de pagamento melhores é bem vantajosa, mas é importante estar atento não somente aos juros cobrados como também ao custo efetivo total (CET) da transferência. Esse custo incorpora o valor da parcela com os juros, as taxas administrativas do financiamento e as avaliações financeiras e jurídicas. Apesar de não considerar taxas de cartório e os produtos adquiridos pelo cliente em forma de benefícios ao trocar de banco, o CET se mostra como um componente melhor para efeitos comparativos. Se estiver interessado em realizar a portabilidade, o consumidor deverá seguir alguns passos (veja o quadro). Ao encontrar uma oferta melhor, basta solicitar ao banco original que efetue a migração da dívida. A partir daí, a instituição terá cinco dias úteis para fazer a contraproposta e manter o cliente — tendo vantagem em cobrir a nova oferta garantida em lei —...

Sabe o que é ancoragem? – Por Samy Dana, Você S/A

São Paulo – Em lojas de automóveis, o consumidor sempre é abordado por um solícito vendedor que responde a todas as perguntas e mostra os diversos modelos disponíveis, mesmo os que não estão no radar do comprador. A atitude do vendedor parece solidária, mas pode conter uma segunda intenção: convencê-lo de que o valor do automóvel oferecido é realmente justo em comparação com outros veículos. Por não possuir capacidade completa de avaliar os benefícios de cada carro e o preço a eles equivalente, o consumidor acaba por utilizar, mesmo que não intencionalmente, o preço dos outros automóveis, sugeridos pelo vendedor, como parâmetro para definir sua compra. Essa estratégia é conhecida em finanças como ancoragem e tem por objetivo induzir o indivíduo a apoiar-se em alguma informação para fazer avaliações sobre o desconhecido. Com base nela, muitos comerciantes conseguem que seus clientes paguem preços muito superiores do que pagariam sem essas informações. A abordagem funciona muito bem, e pode influenciar fortemente a decisão do consumidor. Para quem está atento, é possível obter bons resultados tomando algumas medidas durante as compras, começando por pesquisar preços e condições de pagamento. Em raríssimos casos o vendedor dispensará um comprador interessado, havendo sempre espaço para barganha. Um bom negociador, que insiste e não se abala com minutos de silêncio, sempre paga mais barato. Por isso, é importante manter a calma, sugerir preços e condições adequados, esquecer o medo e a vergonha e, principalmente, praticar para conseguir pagar cada vez...
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