Na crise, empresas avaliam equipes para poder separar o joio do trigo | Por Vívian Soares | Para o Valor Econômico

  Em busca de eficiência e produtividade em um cenário econômico incerto, companhias de todos os portes vêm voltando os olhos para dentro de casa. No último ano, os planos de recrutar e expandir equipes têm dado lugar aos investimentos em programas de avaliação, chamados de “assessment”, e de desenvolvimento de pessoas. O objetivo é separar o joio do trigo na hora de demitir ou promover. “A demanda por assessment nos primeiros quatro meses do ano foi equivalente à que tivemos o ano passado inteiro”, afirma Fausto Alvarez, sócio da Kienbaum, consultoria de recursos humanos. O assessment é uma ferramenta de avaliação de competências e aderência à cultura da empresa, normalmente usada durante o processo de recrutamento, antes de o profissional ingressar na companhia para medir o potencial e definir a trajetória de funcionários e posições-chave. Nos últimos meses, explica Alvarez, a procura por esse serviço vem sendo reforçada pela decisão de algumas empresas de reduzir quadros. “O assessment aponta o potencial de crescimento dos profissionais e, assim, é muito útil em processos de reestruturação.” Segundo o sócio da Kienbaum, nas crises passadas algumas empresas se excederam, cortando pessoas demais ou talentos que poderiam trazer bons resultados no futuro. “É arriscado tomar uma decisão como essa para depois se arrepender. Essa crise pode durar muito, mas também pode se resolver no segundo semestre”, diz. A maior parte da demanda tem como objetivo traçar planos de carreira e garantir o desenvolvimento de profissionais-chave, normalmente em posições de liderança. “Em mercados passando por muitas mudanças, é preciso identificar talentos para traçar seus planos de desenvolvimento”, afirma Leandra Pisciottano, gerente da unidade...

Poupança tem saque de R$ 38,5 bi no 1º semestre, o maior desde 1995 | Por Eduardo Campos | Valor Econômico

  BRASÍLIA  –  A caderneta de poupança registrou saques líquidos de R$ 6,261 bilhões no mês passado, no pior junho da série história do Banco Central (BC), iniciada em 1995. No ano, com resgates em todos os meses, os saques superam os depósitos em R$ 38,541 bilhões, também o pior resultado já registrado para um primeiro semestre. As razões que explicam tal comportamento da caderneta continuam os mesmos: alta da Selic, que torna outras aplicações mais atrativas, perda de renda do trabalhador, aumento do desemprego e elevação de impostos e tarifas que consomem a renda disponível da população. O elevado volume de saques e o efeito negativo sobre o financiamento imobiliário levou o BC a alterar regras de depósito compulsório da poupança liberando cerca de R$ 22,5 bilhões para o financiamento da casa própria. Em junho do ano passado, a captação foi positiva em R$ 3,224 bilhões. Em 2014, a poupança captou R$ 24,034 bilhões, o menor resultado desde os R$ 14,186 bilhões de 2011, após o recorde de R$ 71,047 bilhões visto em 2013. Como os saques no mês superam o rendimento líquido de R$ 4,05 bilhões, o patrimônio da poupança caiu para R$ 646,561 bilhões no mês passado. No sistema de financiamento imobiliário, conhecido pela sigla SBPE, as retiradas líquidas somaram R$ 7,115 bilhões. O saldo total caiu de R$ 507,703 bilhões para R$ 503,757 bilhões, mesmo com a apropriação de R$ 3,168 bilhões em rendimentos. Já a poupança rural, que direciona recursos para o crédito agrícola, teve captação líquida de R$ 854 milhões. O saldo total na modalidade fechou o semestre em R$ 142,804 bilhões, contra...

Processos de contratação estão mais longos, aponta pesquisa | Por Letícia Arcoverde | Valor Econômico

  SÃO PAULO  –  O tempo demandado por processos de contratação aumentou consideravelmente nos últimos anos, de acordo com um estudo do site americano Glassdoor realizado em seis países. Mais empresas estão adicionando novas etapas, como a checagem de referências e testes de habilidades e drogas. Em média, um processo seletivo dura hoje 20,5 dias. Em todos os países, a tendência foi crescente – no geral, o processo aumentou cerca de três dias desde 2009. Nos EUA, por exemplo, a seleção média foi de 13 para 23 dias entre 2010 e 2014. O site analisou mais de 300 mil processos de seleção nos EUA, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França e Austrália. O país com o processo mais demorado é a França, onde ele dura em média 32 dias, enquanto o Canadá é o mais ágil, demorando 22 dias. A legislação trabalhista do país costuma influenciar na duração – quanto mais difícil ou caro for contratar ou demitir um funcionário, mais longo o processo. O levantamento também identificiou que quanto maior a empresa, mais tempo é demandado na seleção. Dados dos EUA ajudam a entender o porquê desse aumento – há hoje mais etapas nos processos. A checagem de referências era usada, em 2010, em apenas 25% dos casos. Já em 2014, apareceu em 42% deles. Testes de habilidades também cresceram em popularidade, subindo de 16% para 23% no mesmo período, movimento similar ao uso de testes de drogas (usados em 13% dos casos em 2010 e 23% em 2014). As etapas mais usadas nos processos, no entanto, ainda são as mais tradicionais, como entrevista individual (usada em 68% dos...
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